“...em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso, derramar meu pranto.”
Diz-se dos olhos serem a janela da alma
No entanto, seus olhos são quase sempre apenas entreabertos
Eu não posso ter um vislumbre do teu coração
A não ser que me olhe por uns instantes de verdade.
Pela minha incompreensão boba, fundamento-me em palavras vãs
Mexo em teu cabelo esperando ouvir teus pensamentos
“Inútil tentativa” - diz minha razão
“Continue tentando” – dizem-me teus olhos.
E mesmo assim eu amo teus versos finitos
Aqueles que fazem escolas secretas dentro de mim
Quase sempre iniciando uma rima bonita
Quase sempre findando estrofes sem fim
Digo-te que acho belo tudo que é incompreensível
Então não se espante com minha admiração
Eu acho bonito até o céu com suas nuvens de areia
Até mesmo isso tira meus pés do chão
Continue rimando teus versos
Continue deixando-me ler
E tentando entender teus avessos
Bagunçando tua cabeça na esperança de compreender
Cresça em tua rima, com nossas histórias inventadas
Que cada verso nasça menino e morra como você
Sempre tão incompreensível e tão bonito
Porque é lindo aquilo que não se pode entender.