terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cena

Ponho a máscara sobre minha face
E que face faceira, sem tanto encanto!
É como se algo ainda faltasse
Como uma expressão, talvez até um pranto

E meu vestido espalha panos leves pelo recinto
Com o rodopiar do meu corpo tudo se preenche de cor
Ah, como eu danço, eu canto, eu sinto
Prestes a encenar a peça que sei decor

Subo ao palco e danço um bolero
Entôo minha voz numa canção
E minh’alma, cheia de um viver etéreo
Extravasa através da encenação

E tudo quanto é real eu sei mentir
Tudo que faço é espalhar liberdade
Mas é quando estou a descer, e não a subir
Que começo a encenar de verdade.

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