sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ainda inocente


O mundo está certo sobre mim
- que alívio!
Sou só um vaso sem flores,
um ser quase novo;
nunca sofri tanto que quase morri,
nunca me assustei tanto que quase corri,
nunca amei tanto que quase vivi.
Sou pequena ainda.

Só provei o agridoce da dor
de uma perda que nunca parou;
uma perda de perdas atropeladas
- vários espaços vazios em volta, vazios em mim,
em volta de mim, volta pra dentro de mim.

E minha maior perda foi meu "eu",
a maior saudade que tenho é de mim.
Maior tristeza foi ter perdido o "eu" que corria alegre,
a pequena menina boba,
aquela que acreditava em sorrisos mais do que em sonhos
e acreditava em pão doce no domingo de manhã.

E acho que meu maior amor
foi a composição de um poema;
amor-amar nunca tive,
nunca soube o que era;
talvez por ser alvorada
quando na verdade o amor é sol que se põe.

Mas não sei,
acho que a alegria ainda vem
- e a dor e o medo e a saudade...
... e o amor.
Porque ele vem, um dia desses,
numa tarde dessas com cheiro de café...
Vai demorar, eu sei...
Mas o mundo vai saber
que o meu amor vai ser o mais bonito.

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