quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Sépia e Cinza
Não acho nada romântico na confusão,
mas acho tudo romântico no não-romântico.
Acho que ficou confuso
e por ser confuso não é romântico,
mas por não ser romântico é romântico sim.
E a roda vai girando, a vida é assim...
Acho que é tudo tão bonito,
mesmo com o mundo em escalas de cinza;
e o sépia que vai pintando o céu sem graça
é só o tom desbotado de uma fotografia,
trazendo lembranças e passado...
Tudo que passa!
Passou, mas não se vai...
E de repente a vida se tornou interessante,
transformou-se em algo comum entre a gente.
Todo mundo tem que viver mais um dia,
alguns se esquecem de que dia é esse.
Mas nada se vai tão cedo
que mesmo tendo partido não possa ficar.
Às vezes depois do adeus
vem aquela saudade, aquela vontade,
aquele pensamento que diz "você está aqui".
E é assim que eu penso em você,
acho que não com amor nem saudade;
penso com inspiração, como respiração...
Você tem um andar solitário,
me fazendo querer te acompanhar.
E penso tanto talvez por querer que você me ouça;
acho que você não é meu amor,
pois o amor é meu;
acho que você não é meu amante,
pois talvez amando esteja eu;
você é só meu motivo,
motivo de crer que o cinza e o sépia combinam,
motivo de crer que tudo está belo
- mas eu sei que na verdade não está.
A verdade é uma só, a verdade é bonita.
O que é bonito é a verdade que o mundo calou.
Tudo é belo porque você apareceu,
não porque você mudou meu mundo
- acho que é porque o mundo te mudou.
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